29/08/2023 - Uma das principais causas de morte no País, as doenças do coração são responsáveis por 30% dos óbitos no Brasil, o que corresponde a 400 mil mortes por ano, segundo o Ministério da Saúde.
Atualmente, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma enfermidade cardiovascular no Brasil. E os médicos são categóricos em afirmar: muitas delas poderiam ter sido evitadas com detecção precoce, prevenção e controle dos fatores de risco, como tabagismo, diabetes, hipertensão e obesidade.
Apesar da importância da prevenção, um estudo da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) aponta que cerca de 23% dos brasileiros nunca foram ao cardiologista. Somente entre 2017 e 2021, mais de 7 milhões de brasileiros perderam a vida devido a doenças do coração. Os dados são do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), ligado ao ministério, e levam em conta todas as doenças que afetam o órgão e/ou os seus vasos sanguíneos. Em 2023, a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima, por meio de seu “Cardiômetro”, ferramenta que considera cálculos estatísticos e dados oficiais de óbitos, que mais de 264 mil mortes ligadas a essas condições haviam sido registradas no País até a manhã de segunda (28). Globalmente, as doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca, também prevalecem, sendo responsáveis por 17,9 milhões de mortes em 2019, ou 32% do total das mortes no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Veja as causas das doenças do coração, diagnóstico e cuidados: Fatores Algumas pessoas já nascem com alguma malformação na estrutura do coração. Elas são chamadas de cardiopatias congênitas e podem ser identificados em exames pré-natais, embora nem sempre isso ocorra.
As doenças cardíacas podem surgir ao longo da vida devido a fatores de risco comportamentais: dieta não saudável, sedentarismo, tabagismo, uso prejudicial de álcool e estresse emocional. Esses fatores podem levar ao aumento da pressão arterial e dos níveis de glicose e lipídios no sangue, ao excesso de peso e à obesidade. Evolução silenciosa Para garantir tratamentos mais eficazes, especialistas reforçam a importância de iniciar a prevenção o quanto antes.
Diversos problemas cardiovasculares podem ser identificados em estágios iniciais por exames como eletrocardiogramas, testes de estresse durante exercícios, radiografias e exames de sangue. No caso da insuficiência cardíaca, por exemplo, o exame que dá o diagnóstico é o ecocardiograma, que usa ondas sonoras para examinar o coração. Como o histórico genético tem peso importante no risco cardiovascular, o cardiologista César Jardim ressalta que é necessário um cuidado adicional com os fatores de risco e que pacientes saudáveis, mas com histórico familiar de doença cardíaca, devem iniciar avaliações de check-up mais cedo.
O excesso de peso do paciente é outro fator que afeta o coração por colocar mais pressão nas artérias, dificultando o trabalho do órgão. Dois estudos renomados, o InterHeart e InterStroke, que analisaram mais de 30 mil indivíduos em 52 países para avaliar os fatores de risco de ataques cardíacos e derrames trouxeram resultados claros: 90% dos riscos relacionados a esses problemas podem ser evitados por meio de ações preventivas, como a prática regular de atividade física e a adoção de hábitos alimentares saudáveis.
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